"Não se descuide de ser alegre - só a alegria dá alma e luz à Ironia, à Santa Ironia - que sem ela não é mais que uma amargura vazia." - Eça de Queiroz

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Tu (por Vera Carvalho)

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Eu gosto de andar descalça
Porque sinto-me tão leve,
Eu gosto do teu olhar que me abraça
E que derrete em mim aquela neve

Considero-me uma pessoa fria
Que não se adapta a qualquer pessoa,
Fico acordada de noite, durmo de dia,
Sonho contigo e então fico atoa
Tu desvendaste o meu lado
Mais bonito e mais sincero,
Fazes-me ficar mais um bocado
Quando dormir é tudo o que eu quero
Tu tens aquela simples maneira
De fazer com que eu me revele,
Fazes de qualquer situação brincadeira
E eu contigo sinto-me bem e leve
Tu sabes que eu tenho a mania
De rir de tudo, que é o meu jeito,
Tu sabes que há dramas todos os dias
E consideras isso um defeito,
Mas gostas assim do meu lado imperfeito
Nós temos conversas só nossas,
Conceitos que ninguém mais inventou,
Fizeste-me ver outras perspetivas
E ser o que agora sou
Eu tive uma recompensa
Demasiada valiosa pra mim,
Eu tive uma sorte imensa
De tu, algures, teres gostado de mim assim
Eu gostava da quando te irritavas
E de quando não gostavas do que eu dizia,
Eu gostava de tudo o que me contavas
Com o teu típico entusiasmo que me fazia rir
Eu gostava das nossas trocas de olhares
Que eram repentinas e sem contar,
E que apesar de todos os “apesares”
Nós temos uma história para sempre lembrar…
De longe nós fizemos o banal
Virar algo único e de se querer sempre,
E apesar de isto agora ser superficial
Ainda és tu que me faz sentir diferente
E eu gosto dessa minha vertente.

Está diferente (por Vera Carvalho)

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Enquanto eu estaria
Disposta a dar-te a lua,
Tu na verdade não querias
Que eu fosse tua

Não fui eu que fiz asneira
Ao dizer aquilo que sentia,
Tu quiseste tudo à tua maneira
Sem saber o que eu queria
Eu disse que te entendia
Mas não entendo até hoje,
Foi um sacrificio cada dia
Saber que estavas longe
Houve vezes que preferia
Não te ter conhecido,
Houve vezes que a minha teimosa
Mudou-me o rumo do sentido
Eu sou mesmo assim,
Sempre com “um pé atrás”,
Até agora não quis saber de mim,
Só vivi uma vida de “tanto faz”
Só quero que saias da minha mente
E que não voltes nunca mais,
Eu por ti tentei ser diferente
Mas agora não quero saber onde vais
Não quero saber com quem estás
Ou tudo aquilo que tens planeado,
Talvez se fosse uns tempos atrás
Eu teria escolhido continuar ao teu lado
Mas eu já nem sei de que lado estou
Ou se alguma vez soube o que queria,
Porque aquilo que queria, mudou, viajou
E eu fiquei por aqui a pensar de como eu seria… sem ti
É verdade, eu admito,
Sou estúpida e parva,
Odeio aquilo que sinto,
Nunca soube o que falava,
Nunca fui boa com palavras,
Mas apercebia-me que não era
Comigo com quem ficavas
Porque eu não estava onde moravas
Tu sempre soubeste o que sentias
E eu quis enganar o meu coração,
Perguntei-me tantas vezes o que farias
Se tivesses do lado da explosão
Agora olha pra ela, está diferente,
Sai, bebe e ainda fuma,
Apesar do que ela ainda sente
Ela sabe que não é inútil nenhuma.

Hoje perdi-me (por Pedro Maia)

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Hoje perdi-me no meio do nada,
Não sei onde estou, nem por onde vou,
Nem por onde quero ir.
Estou no meio de uma escuridão profunda
Sem luz ao fundo do túnel.

Entretanto vou pensando em sair
Deste labirinto sem fim à vista.
Encontro alguns socalcos pelo meio.
Vejo pegadas já marcadas no chão de cimento.
Deparo-me lá ao fundo com uma
casa de madeira, sem janelas.
Corro logo para ela como se
Possuísse um íman no meu corpo.
Algo me atrai para este lugar invulgar.
A porta estava aberta, a luz ligada, a lareira acesa.
Mas sem ninguém dentro de casa.
Da janela nas traseiras deparo-me com um vulto
De uma criatura barbuda e peluda.
Era o homem das cavernas.
Era o homem das cavernas.

Medo (por Joana Montenegro)



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Medo é o fantasma que paira sob a nossa sombra,
O espírito inquietante na escuridão,
A prisão que nos acorrenta com o seu manto,
Que prende os humanos com as suas amarras!
O medo, esse fingidor que distorce a realidade,
Desassossega a nossa alma,
Evocando fictícias ameaças,
Turvando a nossa visão, clamando a tragédia.
O medo, com as suas vestes de inocente,
Enreda na sua teia os mais crédulos,
Vítimas da sua própria desfortuna,
Caindo na mais vil emboscada.
O medo, esse facínora,
Desmantela a estrutura racional dos desamparados,
Corrompendo a cor da vida,
Dizimando o arco-íris dos sonhos.

Mas não se esquece (por Vera Carvalho)

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Damos voltas ao mundo
Sem sair do mesmo lugar,
Eu vagueio pelo escuro
Sem saber onde me vai levar

Penso das vezes que fiquei,
Do que disse sem pensar,
Agora reparo, vejo que errei,
Mas a vida foi feita para falhar
Fujo do óbvio sem ter certezas
Porque já tudo me escapou,
Eu tentei esconder minhas fraquezas,
Mas foi o tempo que as levou
Tento melhorar, digo-me que
Desta vez eu consigo, eu esqueço,
Mas o meu lugar não é aqui,
É onde sinto o meu coração aceso
Deitada na cama, escrevo palavras,
Que já foram escravas
De conversas tão vagas,
Tão vazias por dentro,
Que não carregavam sentimento,
Não viviam a intensidade do momento,
Porque achavam que o sofrimento,
Se curava com o tempo.
Mas é errado esperar
Por aquilo que se quer,
Pelo que está noutro lugar
E só volta quando lhe apetece,
Mas não se esquece:
Escreve-se,
Achando que é alicerce
Tudo aquilo que se parece… contigo.
No meu abrigo,
Reescrevo imensas vezes,
Não estarei contigo,
Porque já não me pertences.

sábado, 4 de novembro de 2017

Frosty Countess (por Bruno Teixeira)




In a frosty day, in the dead of night,
There goes the wind among the trees,
Blowing where the never shine.
In the heart of a western forest,
A princess is walking on the cold floor
Surrounded by his bunch of maidens.
They’re asking for the heat,
But they’re getting nothing.
They’re at the middle of the road.
Blood is freezing and running,
They’re screaming and living
For a death before her eyes.
Swords and axes are bringing
The new sensation to the town,
But nothing will be the same anymore.
Kings and queen are misfits like
The poor and the criminal underground,
But they’re even the dearest ones.
And time keeps ringing his bell
To the dawn of a generation of angels
And demons that are living in the land.
The maidens are losing their innocence
And asking for mercy coming from heaven,
But it’s too late… it’s just the purity of sin.
Blood comes out of their veins
And the countess takes a shower
And becomes a new and pure missy.


Alcohol (por Bruno Teixeira)





Freak on the sidewalk
Thinking in giving in,
Laughing about things
That happens all the time.
It drives him through his pain,
Like a pin-prick in a blood’s river;
he goes to hell on a border line
Searching for love and crime.
It’s crime and punishment in his head,
It’s love and hate in his broken heart;
It’s a sardonism and shame in his feelings,
It’s fire and water in his iron sensations.

Heroes (por Bruno Teixeira)





Heroes born to be villains
And villains born to be heroes
And all heroes are dead.
There’s nothing to hide,
There’s nothing to show;
Every little morbid fairytale
Told to a self-made child
Becomes an adorable reality.
And the child grew older
To the sound of the claps.
A lovely life deserves to be lived
On the edge of glory and hate where
The bell tolls for the prettiest ones.
God is happy to feel you
And the devil is happier than him,
Because the priest led you
To the sacred heart of the prophet.
And all the people claps their hands
When your smiles overcomes on your mind.
And we can be our heroes
And we can die.

Criatividade (por Joana Montenegro)





Criatividade é a forma que dá sentido à vida,
O candelabro das ideias abstratas
E o leve fluir dos sentimentos!
A Criatividade é romper com preconceitos,
É ousar sem medo de represálias
E ser insistentemente louco!
A Criatividade é pintar telas com novas cores,
Inventar paisagens paradisíacas no meio do caos
E errar nos trilhos da calçada cheia de pedregulhos!
A Criatividade é vestir um novo olhar,
É rumar a lugares desconhecidos
E abandonar a zona de conforto!
A Criatividade é pensar amplamente,
Agir de acordo com a nossa rosa dos ventos
E deixar que os sonhos adormeçam
Nesta rede tão vasta de idealismo!
A Criatividade é libertarmo-nos das amarras
Do comodismo
E sermos originais num mundo de vulgaridade!

Ela (por Vera Carvalho)




Ela espera e desespera
Aquilo que não vem,
Ela é incerta
E quer o que não tem
Ela espera alguém
Que não sabe o que ela pensa,
A maioria das vezes ela não está bem
E por isso sente-se indefesa
Ela quer agir com cabeça
Mas segue sempre com a emoção,
Ela merece alguém que não a esqueça
E que se dedique de alma e coração
Ela não sabe dizer não
E acaba sempre por dizer sim,
Ela quer ter a emoção
De não sentir o fim
Ela pensa que é louca
Mas falta-lhe intensidade a viver,
A paciência tem pouca
Mas é paciente em não esquecer
Ela é aleatória
E às vezes feliz,
Ela quer viver uma história
Que concretize o que ela sempre quis

Cheia de Inseguranças (por Vera Carvalho)




Nós eramos um problema
Desde o ínicio até agora,
Ou seria tudo um esquema
Que eu nunca quis sair fora
Porque agora tenho saudades
Até das coisas mais básicas?
Nós vivemos em diferentes realidades,
Mas a nossa é cheia de coisas mágicas
O destino está traçado
Isso é verdade absoluta,
Para quê arrastar o passado
Se o futuro é que exige a nossa luta
És tu que mereces a minha luta,
A minha certeza e determinação,
Que me arrisque em qualquer disputa
Para chegar aos poucos ao teu coração
Mas eu sou cheia de inseguranças
Que me fazem recuar do que quero,
Que me fazem não deitar esperança
Naquilo que é mágico e sincero
Foi por isso que desististe de mim?
Por eu não ser capaz de arriscar?
Nós nem fomos capazes de chegar ao fim
Porque tu já tinhas com quem ficar
Eu não me valorizo o suficiente
É o que deves saber de mim,
Mas eu vou valorizar te sempre
É o que deves saber até depois do fim
Será que sou louca o suficiente
Para arriscar e dizer que te amo?
Não sei se para ti ainda sou existente
Pois nunca ouves quando te chamo


Deixas-me nas nuvens (por Vera Carvalho)


Quando penso em ti
Penso no que podiamos ter sido,
Porém, lembro-me que nunca estiveste aqui
E tive que viver com isto escondido
Quando caminho pela rua
Lembro-me da tua cara,
Lembro-me que podia ter sido tua
Se eu não tivesse sido quem errara
Quando deito-me na cama
A pensar sobre tudo e sobre nada,
Sobre as discussões e os nossos dramas,
Sobre o teu sorriso e a tua risada
Quando eu penso sobre isso tudo
Dá-me vontade de fugir contigo,
Dá-me vontade de ter o nosso mundo
Onde podemos ser tudo nesse abrigo
Eu quero tudo e mais alguma
Coisa contigo, eu quero tudo,
Eu já não tenho cura nenhuma
Mas se me resta alguns segundos…
Tu sabes que fui aquela que não assume
Que tem medo de expressar o que sente,
Que não é capaz de demonstrar ciúme
E que tenho medo de sentir diferente
Daquilo que tu sentes.
Não penses que é orgulho, porque é medo.
Eu considero uma fraqueza demonstrar,
Mas agora que posso escrever um segredo,
Vou contar-te:
Eu queria que nós estivessemos no mesmo lugar.
Perder o juízo contigo,
ter as nossas brincadeiras,
Ter o nosso abrigo,
amar à nossa maneira.
Não tenhas dúvidas,
Tu deixas-me nas nuvens
e eu não quero sair de lá,
Eu não sei o que é que tu tens
Mas o impossível,
connosco não dá .

Poesia (por Joana Montenegro)





A Poesia é a arte de escrever versos,
A liberdade de expormos os nossos sentimentos
E o idealismo refletido nos pensamentos!
A Poesia é a felicidade embebida nas paalavras,
O cálice da criatividade repleto de paixão
E a literatura geométrica das letras!
A Poesia é a simplicidade da vida,
A descrição do mundo em pequenas frações
E uma fonte ornamentada em talha dourada!
A poesia é alma de quem a cria,
O arrebatar de um coração puro
E o sonho de uma obra presente em cada traço fino!
A poesia é delicada como uma pena
E abstrata como só a arte o é!

Suicide (por Bruno Teixeira)





A boy walking on the line….
He thinks and looks at the sky
And everything’s fine…
With a pretending smile.
He feels warm under a cold rain
While he’s lighting up the candles
And feeling the smell of his youth.
Everything tastes sweet in his lips
And he’s glad to see everyone of us there.
Now Bodha is a kind one to everybody
And everyone is kind to him.
And Bodha is dead.
He already feels nothing and
Can’t breathe the air of his lungs.
We saw him falling from
A giant and rocky cliff.
We saw him going to nowhere
And his soul flying to a place where
The angels knows their own gender.
And now Bodha is alive, but
He’s still dead inside our heart.

Vox (por Pedro Maia, Bruno Teixeira, Vera Carvalho e Joana Montenegro)





Ouvi uma voz que sussurrava
Ao meu ouvido de uma forma altiva,
Uma voz rouca e fina e tão
Sensível que não se ouvia.
Essa voz ecoou num grito atordoante
Que ressoou nas entranhas mais
Remotas da minha humilde alma,
Pedindo-lhe desesperadamente
Que atendesse a seu coração frágil.
Serás tu, Benedita, ó tu que temes
Dolorosamente pela minha ausência?
Ou meu coração e minhas perceções
Tão vilmente me enganam?
Queria socorrer-te ao volante
Do cavalo branco de Napoleão
Mas, o vento e o murmúrio
Sopram vivamente contra
As torpes planícies de Waterloo.
Não joga a nosso favor o tempo
Nem a arrogante voz;
Tudo nos tenta separar
E a tua voz não consigo escutar.
Chamo e grito teu nome
Mas tu não apareces;
Queria estar onde estás,
Mas estás longe demais.
Onde paira o teu semblante,
Ó Benedita do meu coração puro,
Ó tu que agitas a minha alma,
Que me acalentas o meu calor ardente,
Que preenches os meus pensamentos a todos instantes.

Humanidade-Fantasma (por Joana Montenegro)





A humanidade caminha de olhos vendados,
Alheia da realidade em que se move,
Despida dos seus mais nobres valores,
Menosprezando tormentos alheios.
Como a água que brota da fonte,
Tem que trilhar caminhos sinuosos,
Serpenteando os obstáculos,
Chegando ao seu destino!
Apesar da avareza e do egoísmo,
Deve ser capaz de se soltar das amarras,
Libertar-se da ganância que o consome
E vestir as roupagens da compaixão.
A Humanidade deve deixar o supérfluo,
Vivendo a sua própria personagem,
Sendo fiel ao que a move
E dedicar-se às suas verdadeiras paixões!

Afetos (por Joana Montenegro)





Os afetos são o motor do navio,
Os alicerces das pontes em construção
E a bússola dos caminhos ramificados!
Os afetos são o brilho do luar,
A compaixão genuína pelo que nos rodeia
E a plantação de uma bondade sem preço!
Os afetos são anjos transformados em gestos,
Candelabros celestiais que iluminam o Mundo
E sinfonias duma música romântica!
Os afetos são cadeirões humildes,
Pedaços de salsa espalhados pelo chão cristalino
E a valorização da Natureza enquanto um ser igual!
Os afetos são sorrisos apaixonantes,
A literatura da vida mundana
E a poesia das estações do ano!
Os afetos são a alma dos imperfeitos
E a luz eterna da felicidade!

Jesus (por Bruno Teixeira)



Jesus is a suicidal guy
and he came to destroy the progressive order;
he intended only to kill strong minds
and make weakness feel stronger.
And now his army, ready to fight
and die for their blindness,
starts preaching a life of purity,
free of temptation and girl’s love,
by drinking Christ’s blood from a glass of wine
and eating a wafer made of the flesh of his spine.
And then the prophet died
for everyone, but not for me;
and then he reborn at the third day
for everyone, but not for me.

Femme-Fatale (por Bruno Teixeira)





Femme-fatale, what you’re gonna do to me?
Femme-fatale, will you set me free?
Oh, you’re a femme-fatale!
Lying on my bed
and keeping me warm tonight;
standing over my shoulders
and warming my soul for a while tonight.
Oh, what a femme-fatale!
So femme-fatale, what you’re about to do?
Now I know i’ts only up to you.
Oh, what a femme-fatale!
Riding on my soul,
and keeping me insane;
roaming on my sacred heart
and walking down my memory’s lane.
Oh, you’re a femme-fatale!

Expressões Livres (por Joana Montenegro)





As palavras fluem levemente,
Num tom calmo e transparente,
Com atitude e convicção!
Sob o olhar atento da liberdade,
Elas expressam a sua felicidade
Por estarem soltas da brutal ignorância
Que insiste em assombrá-las constantemente!
Num jardim verde com as suas tulipas amarelas,
Envoltas num manto azul e vermelho,
Criam inspiração aos poetas
Para as suas grandiosas obras!
O sol brilha e elas esvoaçam,
Como se fossem bailarinas
Dançando na claridade do dia!
À meia noite,
Numa simples tela branca,
Enchem-na com cores,
Tornando-a na obra
Mais rica e mais fantástica
De todo o Universo!
As palavras são a manifestação
De uma liberdade poética
E a transmissão de poderosas verdades!

Esquecimento (por Pedro Maia)





Hoje caí num esquecimento.
Foi uma sensação atroz.
Parecia um vazio, uma escassez de ideias,
Uma negrura fanática sem emoção, sem sentimento.
Só resta as memórias de uma infância feliz.
Oh esquecimento o que me trazes de novo?
Nada de nada; tudo de tudo.
Trazes a nostalgia da tua terra natal,
Daqueles tempos idos e não voltos.
Oh esquecimento que vens tu escamotear hoje?
Este silêncio de ideias mata-me por dentro.
Esta mentira corroi-me por fora, desde os pés à cabeça.
Até adormecer e nunca mais cordar.
O elétrico acabou de chegar. Esta prestes a partir.
Consigo apanha-lo a tempo.
A tempo de fugir deste esquecimento muribundo e ladrão,
Que tanta por tudo roubar os ideais que me são afetos.
Mas quem és tu no iceberg desta mente?
Um nada que parece tudo, mas que não passa de uma
Patranha que tenta iludir uma mente lúcida.
Tão lúcida quanto uma criança pode ser.
Quiçá um dia me possa voltar a lembrar.

Rainha dos meus sonhos (por Bruno Teixeira)





Rainha dos meus sonhos,
bailarina, meu Arlequim,
tu que pintas minha vida
com as flores do teu jardim.
Princesa inquieta
num banco de jasmins,
navegadora insaciante
num oceano de bergantins.
Rainha dos meus segredos,
guardiã da minha mocidade,
tu que guardas a chave
para a minha eternidade.
Infanta abençoada
no altar da catedral,
certamente que o mundo
nunca vira beleza tal.
Ai, como é belo o lirismo
sempre que há inspiração
vinda de uma donzela
que me rouba o coração.
Ai, como é tão belo
todo aquele sentimento,
oh rainha dos meus sonhos,
oh tu que vives no meu pensamento.
Rainha dos meus sonhos,
bailarina, meu Arlequim,
tu que pintas minha vida
com as flores do teu jardim.
Princesa inquieta
num banco de jasmins,
navegadora insaciante
num oceano de bergantins.
Infanta abençoada
no altar da catedral,
certamente que o mundo
nunca vira beleza tal.

Tentamos Mudar (por Vera Carvalho)





Tentamos mudar
Mas isto não mudou,
Tentamos acreditar
Quando tudo falhou
Eram dois mundos à parte
Que tentamos de tudo juntar,
Era difícil amar-te
Quando já tinhas com quem ficar
Ninguém aqui errou
Apenas não deu,
Tentei mudar o que sou,
Mas o problema não era eu
Ciúmes que não devia sentir
Acabaram por me magoar,
A saída mais fácil era fugir
Mas eu acabei por ficar… sempre
Apesar de nada ser diferente
E tudo estar sempre a piorar,
Ainda penso em ti constantemente
Apesar de estares longe do meu olhar
Será tarde para dizer-te
Que ainda és tudo pra mim?
Que não é fácil esquecer-te
Mesmo que eu me afaste de ti

Ao longo destes tempos (por Vera Carvalho)





Ao longo destes tempos
Eu afastei pessoas por ti,
Pessoas que nutriam sentimentos
E que mesmo assim afastei de mim
Tudo porque eu não consegui
Esquecer aquilo que contigo vivi,
Fiquei rejeitando o que senti,
Porque só tinha olhos para ti
Fiz sofrer e também sofri
E parece que dura até hoje,
Continuas distante de mim
E cada vez é pior isto de estar longe
Eu não sei o que fazes comigo
Que eu não chego a pensar direito,
Só penso em estar apenas contigo
Seja onde for, seja de qualquer jeito
Tu sabes que me tens facilmente
E isto é um jogo que saio a perder,
Algo que deixa cego o coração e a mente
E eu já não sei se quero vencer
Porque sempre que perco
Eu perco-me em ti ,
E com esta definição
Acabei por definir o que sinto por ti
Nós não gostamos do fácil
Porque esse facilita tudo,
E apesar de não me seres alcançável
Nós de certa forma temos o nosso mundo
Até hoje tentei perceber isto que sinto
E não consegui responder à pergunta,
Já não sei se me mentes ou se te minto
Mas de qualquer forma o destino nos junta
Nós já desistimos tantas vezes
E isso acabou por resultar em nada,
Eu não quero que me deixes,
Porque sei que sem ti sou uma falhada
Tu sabes os meus medos,
As minhas fragilidades,
Tu tens os teus segredos
E as tuas prioridades
Eu não me sinto suficiente
Quando não te tenho por perto
Mas tu ainda não sabes o que sentes,
Não sabes se é errado ou certo
E eu quero alguém
Que saiba o que quer,
Que escolha o meu bem
Do que a outra coisa qualquer.

Emmie (por Bruno Teixeira)




(em honra de Vladimir Nabokov)


Alma pura, coração cego,
sentimentos que a razão não pode mudar;
santidade plena, inocência em sossego,
toda a santa sede que a água quer matar.
Num lugar onde a compaixão é soturna,
uma criança exerce o dom de ser traquinas
perante o olhar de um homem isolado
que, com a dor da sua alma cada vez mais noturna,
desdenha as peripécias do seu fado inacabado.
E, por entre a luz do sol que bate nas colinas
verdes de um horizonte certamente perdido,
o amor ao devaneio prevalece sobre a virtude
de um mundo que, por vezes, quer ser esquecido
de toda a alma cordial perdida pela juventude.
E eis que uma audaciosa criança
nunca perde a esperança….
… e ela chama-se Emmie.
Ela chama-se Emmie
e permanece na sua essência
perante um Rodion benevolente
em relação à sagrada ciência
de um coração que nunca mente.
E eis que um Cincinnatus comovente,
sem narcisismos morre lentamente
no buraco profundo d’uma ilusão
de que algum dia viverá no seu próprio coração.

Criança Amarga (por Bruno Teixeira)





Canto pela rua fora meus doces olhares sobre um campo
de malmequeres que permanece intacto na memória d’um povo;
nele percorre uma criança amarga que exercita suas traquinices
inocentes num lugar que, p’ra ele, não é nada de novo.
E milhares de melodias, numa marcha triunfal,
festejam sua vitória sobre a alegria da tristeza;
e as palavras que eu tão nostalgicamente cantava
eram as virtudes dos deuses que tanto adorava.

Capa Negra (por Bruno Teixeira)





Por entre as ruas da cidade,
Numa tépida noite ao luar,
Um jovem estudante entoa
Seus cânticos de saudade
À sua amada sem hesitar.
E, não obstante, sua alma voa
Por entre as estrelas do céu
Que, em concílio, choram
Suas doces lágrimas no véu
Do brilho que outrora foram.
E, em horas de solidão,
A capa negra consola o coração
De todo o choro e agonia
Que a sebenta matar jamais conseguiria.
E os velhos amores, a intensidade
Vivida debaixo do som do sino da Sé;
Toda a inocência sob os pilares da fé
Numa vida eterna em torno da mocidade.

A Luz Clara (por Joana Montenegro)






Quando as trevas invadirem o nosso espírito,
Não as afugentes!
Aprende a olhar positivamente para a desgraça
E encara a realidade com uma força inimaginável!
É com as tempestades que se colhe o sucesso,
A forma real da nossa personalidade
E que se visualiza a verdadeira coragem!
A vida possui tensões negras e súbitas,
Mas cabe aos verdadeiros guerreiros lançar a espada
E defender a indestrutível fortaleza!
É nos momentos de fraqueza
Que o leal e bravo se mostra,
Vence as batalhas
E é coroado como Corajoso!
A luz reluzente está ao fundo do longo túnel,
Embora possamos demorar anos a descobri-la,
Ela lá estará à espera do brilhantismo!
Reergue-te como a força de um moinho
E continua a percorrer a estrada fora,
Até deixares de ver o horizonte!

Mar Transparente (por Joana Montenegro)






O mar corre sereno,
Por entre as ondas azuis e calmas,
Sem responsabilidade e sem pressas!
O mar é a quietude da vida,
O florear de uma terapia natural e benéfica!
O mar é o conselheiro experiente das tempestades
E o tranquilizante das bonanças!
O mar é a terapia alternativa aos químicos
E o milagre da saúde frágil como a antiguidade!
O mar é a visão de um espírito desnorteado
E a sensação de paz instalada no coração pesado!
O mar é a pérola de quem o vê
E a esperança de um rumo significativo!
O mar transparente…
É valente e destemido…
Perigoso e Bravo…
E intempestivo como um terramoto!
Mar…
o Santo e o Satanás!

A Verdadeira Felicidade (por Joana Montenegro)






A felicidade é uma trilogia de chocolates
Um perfume de juventude
E uma maneira de vivermos plenamente!
A felicidade é a delicadeza da vida,
O aroma do positivismo
E o clarear de uma palete de cores!
A Felicidade é a autenticidade do mundo,
A suavidade da beleza
E o gosto pelos pequenos prazeres!
A felicidade é a fragrância das flores
O sabor a uma maresia de esperança
E a extrema alegria de frescura!
A Felicidade é cada pétala da mocidade,
A luz de um caminho puro
E a genuinidade de quem a toma como sua!
Como a felicidade é bela e doce!

Bailarina (por Bruno Teixeira)





Um sorriso paira no semblante
De uma bailarina que, com um olhar
Incessante, dança uma dança triunfante
Em todas as ruas à luz do luar.
E, num contentamento jovial,
Desliza suavente pela estrada fora
Com a jocosidade por vezes nada tribial.
E, cordialmente, entoa cânticos na hora
Em que os corvos e os mochos são familares
Próximos na virtude dos seus velhos olhares.
E, como um espetador de soirée matinal,
Sento-me e observo o breve sorriso divinal
De uma princesa que dança sua valsa triunfal
Com a virtude de uma bailarina cordial.

In The End (por Bruno Teixeira)

In the end, a boy will be sitting on the ground
and a girl will be walking down the avenue
as if there’s no spirit ruling the world behind us.
In the end, my soul will be living on the edge
of a lost life in a search for power and glory.
And the fathers and mothers will be tired of loving.
After all, here lies a boy who was left behind
by the angels in the day he was born
and I swear that he’s loving the way he do it.
In the end, no one will be alive to guess what
I think about mankind, because mankind was
always cute and everything was my escape to my sin.