"Não se descuide de ser alegre - só a alegria dá alma e luz à Ironia, à Santa Ironia - que sem ela não é mais que uma amargura vazia." - Eça de Queiroz

domingo, 29 de janeiro de 2017

Desespero Desalmado (por João Campos)

Certo dia estava eu sentado há janela a ver aquela amendoeira do meu Jardim,
cheias de esplendor, mostrando o seu vigor,
No seu auge de beleza, dando esperanças e animo a quem observava,
Mostrando querer viver com toda a força do mundo.
Certa vez, num tempo cinzento escuro, quase de chuva,
Ela estava sem cor, sem a sua flor brilhante e magnifica,
Os ramos desfalecidos, sem forças para se reerguer,
Estava desfalecida morta por dentro.
Desde então nunca mais fui o mesmo,
Senti um vazio na minha alma já enfraquecida,
Perdendo todas as minhas forças e motivações,
Vendo todas as minhas esperanças esfumarem-se com esta linda árvore.
Ainda continuo há espera que um D. Sebastião me tire deste tormento,
Deste pesadelo que se tornou a minha alma,
Talvez um dia volte ter esperança.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Deus vs Homem vs Natureza (por João Campos)

Quem comanda as acções deste nosso mundo?
Será o Homem, será Deus, ou será a Natureza?
Uma destas três forças reclama este lugar sagrado que é o planeta Terra,
Um local de perfeições surpreendentes e desejáveis aos nossos olhos.
Para uns é o Homem com a sua racionalidade, e alegada superioridade,
Sobre aqueles outros seres vivos que nos acompanham na vida terrena,
Impondo os nossos creres e crenças sob a condição de serem cumpridas,
Até ao último detalhe sem pestanejar, sem haver espaço para pensar.
Para outros Deus é o expoente máximo do universo,
Criando-o na sua perfeita imagem o Homem e as coisas que o rodeiam,
Mantendo o seu controlo nos dez mandamentos,
Pregando a sua fé pela boca dos seus doze disciplos,
Fornecendo-lhes um guia que se sacrifica por nós, humanidade.
Mas para alguns a Natureza toma as rédeas desta esfera,
Com a sua força brutal, a sua capacidade de mudança,
A sua beleza sedutora que seduz os mais ingénuos,
Determina os tempos e as marés, como um maestro
Que orienta a sua banda, usando o seu talento indomável,
Tomando conta daquilo que é seu.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Sob a Égide do Homem (por Vicente Carvalho)

O homem é o centro das ações
e o arauto dos mais promíscuos desejos
na maior das suas essências;
porque então não abrimos os nossos corações
ao convívio das mais profundas ciências
criadas sob a égide dos nossos almejos?
Porque não vivemos os nossos pensamentos
em absoluta comunhão com nossas emoções?
Podíamos ir além das nossas imaginações
numa viagem supersónica aos nossos sentimentos
citando poemas e entoando canções
sobre os universos conspiradores
que estão dando asas aos seus amores.
Podíamos ultrapassar a velocidade da luz
ao som do vento de uma nova era
dominado pelo sonho e pela quimera.
Porque não vivemos profundamente nossos sonhos
enquanto um novo dilúvio reproduz
o nascimento de uma gerações de contentamentos medonhos?

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Big Brother (por João Campos)

Já dizia o nosso caro George Orwell: "Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros."
Esta afirmação representa uma critica de forma total de como Estaline estava a corromper com os ideais socialistas da revolução na antiga União Soviética. Contudo este país cujo nome se alterou para Rússia, com o desmembramento da URSS, esta a voltar aos processos desse estilo politico. 
Vamos ao que interessa. No mundo actual, onde no mundo ocidental, domina a democracia como regime, contudo somos cada vez mais controlados pelas grandes instituições mundiais e pelas grandes potencias a nível mundial. Falo, mais especificamente, de países como os EUA e a Rússia, por via das suas agências secretas.
Fazendo uma análise mais a fundo, começando pela influência russa na vida de políticos opositores ao regime e de activistas. Refiro-me mais profundamente no sistema "kompromat". Em que consiste este modelo de espionagem? Consiste em recolher material comprometedor relativo a figuras de liderança política, tanto aliados como adversários. Podem ser tanto informações financeiras, como indícios de corrupção, como atividades sexuais. Um exemplo mais concreto: o caso de John Vassal. Vassal era à época um funcionário da embaixada do Reino Unido em Moscovo. Estávamos na década de 1950. Era homossexual e envolveu-se com um prostituto-espião num quarto de hotel. John Vassal aceitou ser espião. Sobretudo porque, à época, a homossexualidade (e a prática de sexo homossexual) era criminalizada no Reino Unido. Temia ser preso. Mas acabaria por sê-lo, anos mais tarde, quando o caso finalmente deu à estampa no Reino Unido. Cumpriria quase duas décadas na prisão por causa da espionagem.
O pior é que esta situação também acontece com os EUA e como estes dois existem muitos.Será que a nossa privacidade está segura? Não, não está. 
Uma obra de George Orwell que se intitula de Big Brother, previu uma situação deste género, em que todos seriamos observados até nas situações mais intimas. 
Como ele próprio diz: "Ver aquilo que temos diante do nariz requer uma luta constante." E com esta afirmação me deixo com a esperança de que algum dia este mundo mude de forma positiva. 

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Wanting (por Vicente Carvalho)

I wanna jump! I wanna fly!
I wanna run and walk over the water puddles!
I wanna smile! I wanna cry! I wanna scream!
I wanna hear myself singing the anthem!
I wanna smile and scare the babies and the elders!
I wanna live! I wanna die!
I wanna be a sacrossant statue forever!
I wanna be true! I wanna be fair! I wanna lie!
I wanna feel the reek of the worms and stink and burn in hell!
I wanna be glad and mad! I wanna be serious and crazy!
I wanna be something or anything or nothing else!
I wanna be somebody or anybody or nobody else!

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

A Cidade e a Serra (por João Campos)

Chegamos a um lugar cheio de edifícios altos, grandes,
Cinzentos, sem cor, mostrengo e assustador.
Um lugar impuro, cheio de incertezas e pouco sentimental.
Um local onde habita o Egoísmo puro.
A cidade, um espaço cheio de imperfeições aperfeiçoadas,
Um ambiente poluído e contaminado de todo o tipo de gente,
Um canto onde dá lugar há perdição da pessoa,
Numa sociedade cheia de pensamentos medíocres e pouco naturais.
Por outro lado, a serra revela um sossego enorme,
Onde a inteligência e a sabedoria se refugiam,
Numa esfera em que a essência de positivismo e solidariedade,
Contagia todo um par de gente bondosa e carinhosa.
Uma fonte de inspiração moral e imortal subindo pelos nossos neurónios,
Deixando marcas profundas na nossa mente demasiado perturbada,
Influenciando os nossos comportamentos dentro do seu âmago,
Tão fascinante e idolatrado por artistas e filósofos.
A cidade ou a serra, duas cousas diferentes,
Uma cria a podridão e a corrosão dentro de nós,
A outra purifica e recria um novo ser dentro de nós,
Uma entrega a doença, a outra oferece a cura.