"Não se descuide de ser alegre - só a alegria dá alma e luz à Ironia, à Santa Ironia - que sem ela não é mais que uma amargura vazia." - Eça de Queiroz

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Não tenhas medo! (por João Campos)

Não tenhas medo! Faz o que tens a fazer.
Ganha coragem, levanta-te da tua cadeira, sai da escuridão,
Liberta-te da tua mente obscura e temerosa,
E enfrenta os teus problemas com coragem.
Não te feches dentro de um mundo inexistente e imaginário,
Onde sonhas um dia em seres aceite por alguém,
Valoriza-te e torna-te naquilo que sempre imaginas-te ser,
Sem receios nem impedimentos.
Olha para o mundo com olhos de ver,
E diz-me: o que vês? o que sentes?
Faz de ti um Homem cheio de energia e com vontade,
Vontade de viver e de aprender.
Não te acanhes em fronte a outros,
Deixa-te levar pela onda positiva das coisas,
Não te intimides, mostra o peito aos desafios,
Luta de forma incansável pelos teus objectivos.
Trilha um caminho exequível aos teus princípios e valores.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Láquesis (por Vicente Carvalho)

Modernidade! Onde estás tu? Onde estás tu,
oh nobre criatura amada por este universo inocente
visível a olho nu e alcançável com a paciência
de um homem que provoca a sua própria dor e não sente?
Que fazes tu dentro do teu mundo enquanto
o destino divinamente piedoso manifesta o seu pranto
à luz das trevas luciferianas de Eurynomos?
Acordei agora da ressaca da bebedeira
de néctar que apanhei no banquete do deus Baco
e vejo que Robespierre, Danton e Marat
sucumbem fatídicamente ao sortilégio da feiticeira
Circe e à tábua rasa de Átropo, Cloto e Láquesis.
Que mal fiz eu para as coisas correrem assim tão mal?
Fui à lua com a Laika e percorri a órbita celeste com os sovietes
enquanto protestava em Woodstock e dançava em Seattle.
Porquê que as flores estão a perecer quando o canteiro estava prestes
a brotar num jardim cinicamente resplandecente iluminado
por satélites naturais que vinham do universo paralelo mais isolado
para usufruir e desfrutar do naturalismo e do bricabraque de madeira
que os áureos arautos da deontologia guardam em suas coleções sofistas?

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Espelho meu (por João Campos)

Sempre que olho ao espelho vejo um reflexo;
Um relâmpago, uma sombra de uma personagem desconhecida;
Um vulto, mais diferente a cada dia que passa;
Cultivando as migalhas que semeou em tempos idos.
Oh, espelho maldito e amaldiçoado;
Autor do narcisismo, provocador de sofrimento e tentação;
Revelador de verdades, torturador de mentes frágeis;
Enganador e ilusionista e deturpador da imagem inventada.
Para que serves tu afinal?
Se não me contas nada, se não me dizes o que pensas;
Fala sua criatura parasita e doentia!
Mostra o que pensas sem falsidades e fantasias irrealistas.
Aquele individuo do outro lado daquele vidro cruel;
Condenado a mil anos de prisão;
Tenta dissuadir-me a não cair na tentação;
Mas em vão.
Enfim, vida a minha;
Que irei eu fazer neste silêncio maligno;
Para que a minha alma inocente;
Não entre num desespero desumano?

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Bem-vindo à terra dos sonhos (por Vicente Carvalho)

Bem-vindo à terra dos sonhos, à terra imaginária
Onde piratas e navegadores, reis, generais e conquistadores
Correram florestas e bosques e pomares com passada revolucionária
Registando esquadrias e desamores e desfiando velhos predadores.
Velhos tempos passaram por entre a calçada das divindades,
Velhos ventos saltaram e correram, dançaram e gemeram
Num longo baile de princesas, rainhas e santidades
Cobertas por câmaras de jornalistas de imprensas generalistas.
Deuses, anjos e querubins discutiram sobre correntes políticas,
Falando de democracias e liberalismo, burguesias e comunismo
Sem saberem que as pernas de Lenine estavam ambas paralíticas
Perante as selvas do capitalismo e as sucursais do consumismo.
Quem quer ser o primeiro ministro de um país despovoado?
Quem quer ser o capitão de um navio desnorteado?
Quem quer correr com fulgor, sem vergonha nem pudor,
Por entre rios que correm na planície de um vale desencantado?
Quem quer ser o primeiro a beber da fonte do conhecimento?
Quem quer ser o primeiro a navegar no rio do esquecimento?
Quem quer ser irónico, sarcasticamente sardónico
Para com o daltonismo das palavras esquecidas por um ajustamento?
Adeus, terra dos mártires, terra dos novos desalentos!
Aqui vou eu a bordo de uma fragata cheia de velhas sensações,
Navegando por entre premissas, conclusões e pensamentos,
Pintando estéticas, raízes, esperanças e razões
Pelas quais nem sequer sei o que é saber algo sobre alguém
Que amamos sem conhecer, sem usar os olhos para ver
As lembranças que partem daqui e vão para além
de tudo aquilo sobre o qual podemos avançar sem conhecer.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Politicas de hoje (por João Campos)

Já afirmava o nosso caro Jean- Jacques Rousseau: "Em política, tal como na moral, é um grande mal não fazer bem, e todo o cidadão inútil deve ser considerado um homem pernicioso." 
Nos nossos dias, temos deparado com muitas transformações politicas, sociais, tecnológicas, a nível da saúde, por aí fora. Mas certas opiniões, citações, textos, demonstram que continuam a ter a sua razão, apesar do tempo em que foram escritas. 
Após um ano de governo da geringonça o nosso país conseguiu aumentar a dívida pública, cada vez mais aumentam as desigualdades sociais, as taxas de juro são negativas, existe falta de investimento o que leva a economia portuguesa a não ser capaz de crescer. 
Mas o que será que se passa para que isto esteja a acontecer?
É muito simples. Os atuais governantes aplicam uma politica do voto, pouco se importando com o estado e o risco que essas acções possam ter no futuro do nosso país. Por exemplo a devolução dos rendimentos, deveria de ser uma medida tomada a médio e longo prazo, mas optaram por devolver tudo de uma só vez; outro dos exemplos é o aumento nos salários e depois aumentar os impostos indirectos, ou seja, dão num lado e tiram do outro. Por outro lado temos a questão das licenciaturas que é sobejamente vergonhoso para o nosso país, mas o que é mais surpreendente é que esta situação acontece em todos os partidos políticos em Portugal. Isto vai de mal a pior. Cada vez mais temos gente medíocre a participar na politica, tendo por base o comportamento vexame do Bloco de Esquerda, mostrando má educação por um lado e falta de consideração por outro lado, por um líder politico que representa um país tão democrático como o nosso. 
Que é feito dos sindicatos e daquelas greves frequentes promovidas pelos mesmos?
O país esta por um fio, desde o estado aos bancos, das empresas aos consumidores, as dívidas estão a aumentar cada vez mais, resultante das decisões tomadas pela geringonça e não se vê manifestações, ataques e criticas. Será que existe algum acordo/pacto secreto entre o governo e os sindicatos? O que me dá a entender é que esta vertente da sociedade portuguesa goza do apoio dos partidos de extrema esquerda e por conseguinte beneficiam de uma assaz paz pública.
Vivemos em tempos em que a informação corre muito rapidamente por causa da grande evolução da tecnologia mas, contudo, temos no nosso País uma imprensa, na generalidade, incompetente em muitos casos, cada vez mais controlada e dominada pelos partidos políticos principalmente os que estão no governo, o que prejudica a transmissão da informação correta e esclarecedora para o povo português. 
O que será de nós se isto continuar como está?
Na minha perspectiva, Portugal passará por um pesadelo a nível financeiro e económico, como a nível social. A austeridade será ainda pior do que foi nos tempos em que a Troika cá esteve pois andamos a gastar cada vez mais e a poupar cada vez menos. Iremos passar por piores condições de vida em relação aos tempos idos. 
Em última abordagem, na politica internacional, está-se a assistir a uma mudança drástica a nível governamental com a vitória de Donald Trump nas eleições dos EUA. Neste momento os partidos com ideias de socialismo de esquerda estão a ganhar mais força. 
Acabo esta reflexão/desabafo deixando uma dica para os nossos caros leitores citando uma boa afirmação de John Stuart Mill "No final de contas, o valor de um Estado é o valor dos indivíduos que o compõem."