"Não se descuide de ser alegre - só a alegria dá alma e luz à Ironia, à Santa Ironia - que sem ela não é mais que uma amargura vazia." - Eça de Queiroz

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quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Triste Fado (por Cristiano Silva)






Espero que este pensamento sirva, pelo menos, para me conhecerem melhor:
Portugueses incumbidos de serem os verdadeiros carrascos de todas as  virtudes encontradas no povo glorioso que é o português.
Não houvesse sequer a hipótese de um dia não conseguirmos deixar o mas de lado e perceber que somos tão poucos e tão bons que estragamos todos os caminhos de glória por existir o nosso fado, aquele fado triste, melancólico que persiste na palavra mas.
Como somos capazes de não nos juntarmos em plena assembleia da República na memória de um português que revolucionou todo o mercado nacional, criou milhares de empregos e, sim, por mera e pobre ideologia patética política, renega-se a união de um povo que não sabe cuidar dos nossos e simplesmente afasta. Afasta e renega simplesmente as virtudes dos portugueses. 
Pobre fado, que durante dezenas de anos viveu na escuridão de uma ditadura e não sabe viver na luz da liberdade. Não compreende que temos que cuidar dos nossos e sermos mais responsáveis com a democracia. 
Quem somos? Os verdadeiros carrascos de nós próprios. 
Os mesmos que não conseguem encontrar virtudes em quem cria milhares de empregos são os mesmos que prestam vassalagem à leviandade de uns charros e umas passas em nome da cultura. Será que só seremos considerados excelentes se andarmos charrados? Mais, seremos e somos espezinhafos e acusados de fascistas se dissermos estas coisas. Não seria eu socialista e defensor da liberdade e da democracia. Mas ser socialista é ser irresponsável? Ser socialista é permitir que se preste homenagem aos charros e se vote contra a criação de postos de trabalho? 
Democracia infeliz e pobre esta. Governados por mero milhão quando somos, dizem alguns, dez milhões. Onde está a responsabilidade da democracia? Abstermo-nos de participar, simplesmente ignorar que o sangue da democracia é a participação. Mas será que existe alguém neste mísero país que seja valorizado por acreditar que os portugueses não são responsáveis? Não existe. Porque simplesmente preferem o silêncio das palavras ao confronto num ringue de lama. 
Acreditar que temos o melhor do mundo no desporto e ainda assim haver um mas… Mas que raio de mas que nos persegue e não consegue elogiar a eleição do ministro das finanças português. Mas haverá aqui associado ainda o síndrome da ditadura, que só permite vassalar os outros?
Não me façam acreditar que Portugal cada vez mais parece um travesti mal amanhado que em nome das leis bíblicas se esquece dos valores mais básicos de uma democracia, gratidão e solidariedade.

Estou Barado (por Cristiano Silva)

Paula Brito e Costa, Presidente da "Raríssimas"




Estou espantado com algumas reações sobre o caso da Raríssimas. Ora bem, não é uma instituição
privada? Não fazem o que quiserem do dinheiro?
Pois, é um tema demasiado complicado para analisar porque efectivamente o estado doou dinheiro à instituição e a partir daí eles fazem o que bem lhes apetecer. É assim que funciona. Há alguma lei que impeça isso? Não há. Mas devia haver.
Não é assim que funciona na maioria das associações e instituições parecidas ou iguais a esta em todo o país? Sim é.
Mas não precisamos de sair fora do concelho de V.N. de Famalicão para perceber que é assim que funciona. Mas há alguma instituição/organização/associação/clube que seja “fiscalizada” por algum organismo público para saberem onde são aplicados os dinheiros públicos que são doados a essas organizações? Não, não existe. E espanta-me este “estamos todos barados” com o que acontece na Raríssimas.
Não há uma associação em Famalicão designada Famalicão com Futuro que recebe mais de meio milhão de euros todos os anos que se dedica exclusivamente à criação de eventos e festas como as Antoninas e outras? Sim há. Não é essa mesma associação que desse dinheiro tira para o seu ou sua presidente o ordenado mensal? Pelos vistos é verdade.
Mas podemos continuar no concelho de V.N. de Famalicão. Os clubes/associações/organizações/instituições têm que justificar a alguma instituição pública para onde vão os dinheiros públicos que lhes são doados? Não. Só têm que apresentar contas aos sócios e com jeitinho esses dinheiros doados nem entram nas contas. Também já assisti a isso.
Já agora, os treinadores, jogadores e pessoal auxiliar que recebem dinheiro dos clubes desportivos declaram-nos às finanças? A maioria não. E porque não são obrigados a declararem?
Até há associações que recebem milhares de euros anualmente que nem porta aberta possuem. E esta heim?
Mas só por passar na TVI é que as pessoas ficam “baradas”?
Denunciei várias vezes estes casos no concelho de V.N. de Famalicão e ninguém ficou “barado”.
Mas já agora, estas instituições são obrigadas a justificarem para onde vai o dinheiro? Neste momento não. Estão a cometer alguma ilegalidade? Não sou jurista mas acho que não.
Deveria haver leis que obrigassem a justificarem? Sem dúvida.
Mas continuo ainda mais “barado”, por estarem todos “barados”.