"Não se descuide de ser alegre - só a alegria dá alma e luz à Ironia, à Santa Ironia - que sem ela não é mais que uma amargura vazia." - Eça de Queiroz

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quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Ao Contrário (por Vera Carvalho)




Eu tenho gasto tempo
Naquilo que não me faz bem,
Eu tenho tido sentimentos
Por quem está tão além

Tento pronunciar-me e ver
Onde é que me encontro,
Mas eu ando por aí sem saber
Onde está a minha alma. Aqui só está o corpo

Eu escrevo poesia sobre alguém,
Versos que alimentam o que estou a sentir,
Eu tento conformar-me que estou bem,
Mas ultimamente não tenho vontade de sorrir

Diz Pessoa que poeta é um fingidor
Mas aquilo que sinto é deveras profundo,
Que não dá para fingir esta dor
Que invade-me e tem impacto no meu mundo

Nós somos pessoas que gastamos tempo
Naquilo que não nos faz sentir completos,
Nós somos pessoas sem sentimentos
E que achamos que o longe é estar perto

Vivemos num mundo ao contrário
Em que o sentimento perdeu a importância,
Eu pergunto-me onde está o real mágico
Para trazer quem está a uma maior distância

Mas eu reparo que isto é o mundo real
E não aquele mundo de fantasia distante,
Eu reparo que só é realmente especial
Aquilo que não nos faz sentir importantes

Ao contrário está o mundo
As palavras minhas também,
À minha volta reparo em tudo
Mas não vejo eu ninguém

Deu para reparar que as palavras
Trocadas perderam em parte o sentido,
Assim como o mundo quando se trocava
Todos achavam que estavam perdidos

Então vale a pena ser ao contrário
Se realmente perdemos parte de nós?
Achamos que assim é que é mágico
Mas na realidade acabamos sós

Como uma criança (por Vera Carvalho)





Sou como uma criança feliz
Que vive da simplicidade,
Com uma lágrima no olho
Por ter medo da verdade

Mas sinto, sinto demais
O que não devia sentir,
Eu não encontro a minha paz
E por isso penso em desistir

Mas como uma criança
Mantenho a esperança,
Construindo uma aliança com a vida
Que me vai dando alguma confiança

Mas tal como uma criança
Eu tenho vontade de chorar;
E a inocência na dança da criança
Faz-me querer viajar

Pareço uma criança indecisa
De qual brinquedo deve escolher,
Mas sou uma simples poetisa
Que não tem nada para me preencher

A verdade é que o amor não vence
E não há contos cheios de fadas,
Não quero que a saudade me abrace
E me aqueça esta alma gelada

Mas como uma criança inocente
Que sabe com o que vai brincar,
Eu vou tornar-me diferente
E vou saber quem devo valorizar

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Tu (por Vera Carvalho)

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Eu gosto de andar descalça
Porque sinto-me tão leve,
Eu gosto do teu olhar que me abraça
E que derrete em mim aquela neve

Considero-me uma pessoa fria
Que não se adapta a qualquer pessoa,
Fico acordada de noite, durmo de dia,
Sonho contigo e então fico atoa
Tu desvendaste o meu lado
Mais bonito e mais sincero,
Fazes-me ficar mais um bocado
Quando dormir é tudo o que eu quero
Tu tens aquela simples maneira
De fazer com que eu me revele,
Fazes de qualquer situação brincadeira
E eu contigo sinto-me bem e leve
Tu sabes que eu tenho a mania
De rir de tudo, que é o meu jeito,
Tu sabes que há dramas todos os dias
E consideras isso um defeito,
Mas gostas assim do meu lado imperfeito
Nós temos conversas só nossas,
Conceitos que ninguém mais inventou,
Fizeste-me ver outras perspetivas
E ser o que agora sou
Eu tive uma recompensa
Demasiada valiosa pra mim,
Eu tive uma sorte imensa
De tu, algures, teres gostado de mim assim
Eu gostava da quando te irritavas
E de quando não gostavas do que eu dizia,
Eu gostava de tudo o que me contavas
Com o teu típico entusiasmo que me fazia rir
Eu gostava das nossas trocas de olhares
Que eram repentinas e sem contar,
E que apesar de todos os “apesares”
Nós temos uma história para sempre lembrar…
De longe nós fizemos o banal
Virar algo único e de se querer sempre,
E apesar de isto agora ser superficial
Ainda és tu que me faz sentir diferente
E eu gosto dessa minha vertente.

Está diferente (por Vera Carvalho)

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Enquanto eu estaria
Disposta a dar-te a lua,
Tu na verdade não querias
Que eu fosse tua

Não fui eu que fiz asneira
Ao dizer aquilo que sentia,
Tu quiseste tudo à tua maneira
Sem saber o que eu queria
Eu disse que te entendia
Mas não entendo até hoje,
Foi um sacrificio cada dia
Saber que estavas longe
Houve vezes que preferia
Não te ter conhecido,
Houve vezes que a minha teimosa
Mudou-me o rumo do sentido
Eu sou mesmo assim,
Sempre com “um pé atrás”,
Até agora não quis saber de mim,
Só vivi uma vida de “tanto faz”
Só quero que saias da minha mente
E que não voltes nunca mais,
Eu por ti tentei ser diferente
Mas agora não quero saber onde vais
Não quero saber com quem estás
Ou tudo aquilo que tens planeado,
Talvez se fosse uns tempos atrás
Eu teria escolhido continuar ao teu lado
Mas eu já nem sei de que lado estou
Ou se alguma vez soube o que queria,
Porque aquilo que queria, mudou, viajou
E eu fiquei por aqui a pensar de como eu seria… sem ti
É verdade, eu admito,
Sou estúpida e parva,
Odeio aquilo que sinto,
Nunca soube o que falava,
Nunca fui boa com palavras,
Mas apercebia-me que não era
Comigo com quem ficavas
Porque eu não estava onde moravas
Tu sempre soubeste o que sentias
E eu quis enganar o meu coração,
Perguntei-me tantas vezes o que farias
Se tivesses do lado da explosão
Agora olha pra ela, está diferente,
Sai, bebe e ainda fuma,
Apesar do que ela ainda sente
Ela sabe que não é inútil nenhuma.

Mas não se esquece (por Vera Carvalho)

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Damos voltas ao mundo
Sem sair do mesmo lugar,
Eu vagueio pelo escuro
Sem saber onde me vai levar

Penso das vezes que fiquei,
Do que disse sem pensar,
Agora reparo, vejo que errei,
Mas a vida foi feita para falhar
Fujo do óbvio sem ter certezas
Porque já tudo me escapou,
Eu tentei esconder minhas fraquezas,
Mas foi o tempo que as levou
Tento melhorar, digo-me que
Desta vez eu consigo, eu esqueço,
Mas o meu lugar não é aqui,
É onde sinto o meu coração aceso
Deitada na cama, escrevo palavras,
Que já foram escravas
De conversas tão vagas,
Tão vazias por dentro,
Que não carregavam sentimento,
Não viviam a intensidade do momento,
Porque achavam que o sofrimento,
Se curava com o tempo.
Mas é errado esperar
Por aquilo que se quer,
Pelo que está noutro lugar
E só volta quando lhe apetece,
Mas não se esquece:
Escreve-se,
Achando que é alicerce
Tudo aquilo que se parece… contigo.
No meu abrigo,
Reescrevo imensas vezes,
Não estarei contigo,
Porque já não me pertences.

sábado, 4 de novembro de 2017

Ela (por Vera Carvalho)




Ela espera e desespera
Aquilo que não vem,
Ela é incerta
E quer o que não tem
Ela espera alguém
Que não sabe o que ela pensa,
A maioria das vezes ela não está bem
E por isso sente-se indefesa
Ela quer agir com cabeça
Mas segue sempre com a emoção,
Ela merece alguém que não a esqueça
E que se dedique de alma e coração
Ela não sabe dizer não
E acaba sempre por dizer sim,
Ela quer ter a emoção
De não sentir o fim
Ela pensa que é louca
Mas falta-lhe intensidade a viver,
A paciência tem pouca
Mas é paciente em não esquecer
Ela é aleatória
E às vezes feliz,
Ela quer viver uma história
Que concretize o que ela sempre quis

Cheia de Inseguranças (por Vera Carvalho)




Nós eramos um problema
Desde o ínicio até agora,
Ou seria tudo um esquema
Que eu nunca quis sair fora
Porque agora tenho saudades
Até das coisas mais básicas?
Nós vivemos em diferentes realidades,
Mas a nossa é cheia de coisas mágicas
O destino está traçado
Isso é verdade absoluta,
Para quê arrastar o passado
Se o futuro é que exige a nossa luta
És tu que mereces a minha luta,
A minha certeza e determinação,
Que me arrisque em qualquer disputa
Para chegar aos poucos ao teu coração
Mas eu sou cheia de inseguranças
Que me fazem recuar do que quero,
Que me fazem não deitar esperança
Naquilo que é mágico e sincero
Foi por isso que desististe de mim?
Por eu não ser capaz de arriscar?
Nós nem fomos capazes de chegar ao fim
Porque tu já tinhas com quem ficar
Eu não me valorizo o suficiente
É o que deves saber de mim,
Mas eu vou valorizar te sempre
É o que deves saber até depois do fim
Será que sou louca o suficiente
Para arriscar e dizer que te amo?
Não sei se para ti ainda sou existente
Pois nunca ouves quando te chamo


Deixas-me nas nuvens (por Vera Carvalho)


Quando penso em ti
Penso no que podiamos ter sido,
Porém, lembro-me que nunca estiveste aqui
E tive que viver com isto escondido
Quando caminho pela rua
Lembro-me da tua cara,
Lembro-me que podia ter sido tua
Se eu não tivesse sido quem errara
Quando deito-me na cama
A pensar sobre tudo e sobre nada,
Sobre as discussões e os nossos dramas,
Sobre o teu sorriso e a tua risada
Quando eu penso sobre isso tudo
Dá-me vontade de fugir contigo,
Dá-me vontade de ter o nosso mundo
Onde podemos ser tudo nesse abrigo
Eu quero tudo e mais alguma
Coisa contigo, eu quero tudo,
Eu já não tenho cura nenhuma
Mas se me resta alguns segundos…
Tu sabes que fui aquela que não assume
Que tem medo de expressar o que sente,
Que não é capaz de demonstrar ciúme
E que tenho medo de sentir diferente
Daquilo que tu sentes.
Não penses que é orgulho, porque é medo.
Eu considero uma fraqueza demonstrar,
Mas agora que posso escrever um segredo,
Vou contar-te:
Eu queria que nós estivessemos no mesmo lugar.
Perder o juízo contigo,
ter as nossas brincadeiras,
Ter o nosso abrigo,
amar à nossa maneira.
Não tenhas dúvidas,
Tu deixas-me nas nuvens
e eu não quero sair de lá,
Eu não sei o que é que tu tens
Mas o impossível,
connosco não dá .

Vox (por Pedro Maia, Bruno Teixeira, Vera Carvalho e Joana Montenegro)





Ouvi uma voz que sussurrava
Ao meu ouvido de uma forma altiva,
Uma voz rouca e fina e tão
Sensível que não se ouvia.
Essa voz ecoou num grito atordoante
Que ressoou nas entranhas mais
Remotas da minha humilde alma,
Pedindo-lhe desesperadamente
Que atendesse a seu coração frágil.
Serás tu, Benedita, ó tu que temes
Dolorosamente pela minha ausência?
Ou meu coração e minhas perceções
Tão vilmente me enganam?
Queria socorrer-te ao volante
Do cavalo branco de Napoleão
Mas, o vento e o murmúrio
Sopram vivamente contra
As torpes planícies de Waterloo.
Não joga a nosso favor o tempo
Nem a arrogante voz;
Tudo nos tenta separar
E a tua voz não consigo escutar.
Chamo e grito teu nome
Mas tu não apareces;
Queria estar onde estás,
Mas estás longe demais.
Onde paira o teu semblante,
Ó Benedita do meu coração puro,
Ó tu que agitas a minha alma,
Que me acalentas o meu calor ardente,
Que preenches os meus pensamentos a todos instantes.

Tentamos Mudar (por Vera Carvalho)





Tentamos mudar
Mas isto não mudou,
Tentamos acreditar
Quando tudo falhou
Eram dois mundos à parte
Que tentamos de tudo juntar,
Era difícil amar-te
Quando já tinhas com quem ficar
Ninguém aqui errou
Apenas não deu,
Tentei mudar o que sou,
Mas o problema não era eu
Ciúmes que não devia sentir
Acabaram por me magoar,
A saída mais fácil era fugir
Mas eu acabei por ficar… sempre
Apesar de nada ser diferente
E tudo estar sempre a piorar,
Ainda penso em ti constantemente
Apesar de estares longe do meu olhar
Será tarde para dizer-te
Que ainda és tudo pra mim?
Que não é fácil esquecer-te
Mesmo que eu me afaste de ti

Ao longo destes tempos (por Vera Carvalho)





Ao longo destes tempos
Eu afastei pessoas por ti,
Pessoas que nutriam sentimentos
E que mesmo assim afastei de mim
Tudo porque eu não consegui
Esquecer aquilo que contigo vivi,
Fiquei rejeitando o que senti,
Porque só tinha olhos para ti
Fiz sofrer e também sofri
E parece que dura até hoje,
Continuas distante de mim
E cada vez é pior isto de estar longe
Eu não sei o que fazes comigo
Que eu não chego a pensar direito,
Só penso em estar apenas contigo
Seja onde for, seja de qualquer jeito
Tu sabes que me tens facilmente
E isto é um jogo que saio a perder,
Algo que deixa cego o coração e a mente
E eu já não sei se quero vencer
Porque sempre que perco
Eu perco-me em ti ,
E com esta definição
Acabei por definir o que sinto por ti
Nós não gostamos do fácil
Porque esse facilita tudo,
E apesar de não me seres alcançável
Nós de certa forma temos o nosso mundo
Até hoje tentei perceber isto que sinto
E não consegui responder à pergunta,
Já não sei se me mentes ou se te minto
Mas de qualquer forma o destino nos junta
Nós já desistimos tantas vezes
E isso acabou por resultar em nada,
Eu não quero que me deixes,
Porque sei que sem ti sou uma falhada
Tu sabes os meus medos,
As minhas fragilidades,
Tu tens os teus segredos
E as tuas prioridades
Eu não me sinto suficiente
Quando não te tenho por perto
Mas tu ainda não sabes o que sentes,
Não sabes se é errado ou certo
E eu quero alguém
Que saiba o que quer,
Que escolha o meu bem
Do que a outra coisa qualquer.