Espero que este pensamento sirva, pelo menos, para me conhecerem melhor:
Portugueses incumbidos de serem os verdadeiros carrascos de todas as virtudes encontradas no povo glorioso que é o português.
Não houvesse sequer a hipótese de um dia não conseguirmos deixar o mas de lado e perceber que somos tão poucos e tão bons que estragamos todos os caminhos de glória por existir o nosso fado, aquele fado triste, melancólico que persiste na palavra mas.
Como somos capazes de não nos juntarmos em plena assembleia da República na memória de um português que revolucionou todo o mercado nacional, criou milhares de empregos e, sim, por mera e pobre ideologia patética política, renega-se a união de um povo que não sabe cuidar dos nossos e simplesmente afasta. Afasta e renega simplesmente as virtudes dos portugueses.
Pobre fado, que durante dezenas de anos viveu na escuridão de uma ditadura e não sabe viver na luz da liberdade. Não compreende que temos que cuidar dos nossos e sermos mais responsáveis com a democracia.
Quem somos? Os verdadeiros carrascos de nós próprios.
Os mesmos que não conseguem encontrar virtudes em quem cria milhares de empregos são os mesmos que prestam vassalagem à leviandade de uns charros e umas passas em nome da cultura. Será que só seremos considerados excelentes se andarmos charrados? Mais, seremos e somos espezinhafos e acusados de fascistas se dissermos estas coisas. Não seria eu socialista e defensor da liberdade e da democracia. Mas ser socialista é ser irresponsável? Ser socialista é permitir que se preste homenagem aos charros e se vote contra a criação de postos de trabalho?
Democracia infeliz e pobre esta. Governados por mero milhão quando somos, dizem alguns, dez milhões. Onde está a responsabilidade da democracia? Abstermo-nos de participar, simplesmente ignorar que o sangue da democracia é a participação. Mas será que existe alguém neste mísero país que seja valorizado por acreditar que os portugueses não são responsáveis? Não existe. Porque simplesmente preferem o silêncio das palavras ao confronto num ringue de lama.
Acreditar que temos o melhor do mundo no desporto e ainda assim haver um mas… Mas que raio de mas que nos persegue e não consegue elogiar a eleição do ministro das finanças português. Mas haverá aqui associado ainda o síndrome da ditadura, que só permite vassalar os outros?
Não me façam acreditar que Portugal cada vez mais parece um travesti mal amanhado que em nome das leis bíblicas se esquece dos valores mais básicos de uma democracia, gratidão e solidariedade.
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