"Não se descuide de ser alegre - só a alegria dá alma e luz à Ironia, à Santa Ironia - que sem ela não é mais que uma amargura vazia." - Eça de Queiroz

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Sarcasmos Irónicos (por Joana Montenegro e Bruno Teixeira)




O sarcasmo da alegria, a ironia da tristeza,
todo o riso de uma essência perdida
em fábulas de puro encanto e desengano.

E eis que toda a alma do doce devaneio se
desvanece na mente sã de um pensador decadente…

E eis que os versos de uma esparsa, brilhando
em cada escansão métrica, canta a virtude
e a prudência de um coração puro e jovial.

Poetas e prosadores, em devaneios líricos
e prosaicos, cantam seus sonhos mais
loucos em torno da fogueira em que ardem
os cavaleiros da velha e metuenda ordem.

Em cada verso a nova mocidade,
e em cada rima a ideia rejuvenescida;
em cada palavra o sorriso
e o encanto da nova era.

E os génios (ou as almas que já não têm)
permanecem serenos em cada ritmo, cada melodia
que da musicalidade e do lirismo emana.

E os mestres cancioneiros, pura delícia
da arte clássica, choram suas lágrimas
nas estrofes das suas elegias e éclogas.

E essa literatura mundana,
que acalenta a alma dos poetas,
é heterogénea, livre como uma pena;

É fluída como uma bailarina
no seu pleno movimento astral,
a Arte na mais singela pluralidade.

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