a quintessência nazarena
perdida no teísmo prosaico
de uma latinidade rebelde.
E esse espírito, nobre
sensação enraizada em corações
singelos que buscam deliciar
suas almas penitentes com o pão,
o corpo e o sangue do profeta.
E eis que, naquela tão augusta ceia,
surge o cálice que une todo o nosso amor;
o orgasmo de cristo, o prazer de madalena,
a libido do arcanjo, a dor da Virgem Maria,
o espanto de Santa Ana e o terror de Aarão.
E eis que, numa saudação celestial, o primogénito
ergue o seu tinto, e prega sobre a pesca do bacalhau;
e, engolindo o seu prego no prato, canta
os hossanas miraculosos ao seu pai, o senhor do céu.
A eternidade vale o preço da filantropia, esse
grande ex-libris do bom samaritano que, cheio de
amor para dar, ajuda o bebé que dorme na manjedoura.
E pelos vistos o ouro e a mirra também….
essa metáfora imperial do oriente que,
num eufemismo, procura o poder na humildade.
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