o belo porte torna-se monstruosidade."
- Honoré de Balzac
Cambaleio numa rua
onde todas as portas se fecham
enquanto passo.
Recolher obrigatório
que o meu aspeto horrendo e humano
impõe.
Uma rua,
toda ela,
metamorfoseada num gigantesco inseto.
onde todas as portas se fecham
enquanto passo.
Recolher obrigatório
que o meu aspeto horrendo e humano
impõe.
Uma rua,
toda ela,
metamorfoseada num gigantesco inseto.
No estreito, onde a rua se finda,
bem no fundo,
uma luz cintila,
vertical, retangular.
Aproximo-me.
bem no fundo,
uma luz cintila,
vertical, retangular.
Aproximo-me.
Uma porta aberta,
na rua onde todas as portas
se fecharam ao ser bípede e
engravatado.
Fugiram como quem foge do homem
quando se é outra coisa qualquer.
Dou-lhes razão.
na rua onde todas as portas
se fecharam ao ser bípede e
engravatado.
Fugiram como quem foge do homem
quando se é outra coisa qualquer.
Dou-lhes razão.
Piso o umbral e espreito.
Num gesto de boas vindas,
ali estava, belo e coleóptero,
Gregor Samsa.
Num gesto de boas vindas,
ali estava, belo e coleóptero,
Gregor Samsa.
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